A empresa MMC (montadora da Mitsubishi) havia contratado a Induservis para prestar-lhe serviços. Nesta empresa trabalhavam 135 contratados que estavam começando a organizar-se e escolher delegados de prevenção [delegados de CIPA no Brasil, nota do Trad.]. Sem pestanejar, após certo tempo a MMC decidiu cortar os serviços dessa empresa e, portanto, de seus trabalhadores. Ao prescindir dos serviços da Induservis a MMC deixaria sem trabalho os 135 trabalhadores contratados.
Os camaradas do Sindicato Nueva generación MMC automobilística fizeram uma reunião da direção sindical para apoiar aos trabalhadores terceirizados da Induservis e para tomarem outras decisões. Logo depois realizou-se uma Assembléia onde participaram 893 trabalhadores da fábrica e estes forma consultados se estavam de acordo em tomar a fábrica, entrarem em greve e utilizarem o fundo de greve em solidariedade aos trabalhadores da Induservis e a votação foi a seguinte:
Dos 893 consultados 863 disseram sim!
21 disseram que não e somente 4 se abstiveram.
Dentre todos estes, também os 55 trabalhadores que cumprem a mesma função dos trabalhadores terceirizados se solidarizaram com seus camaradas de classe.
Atualmente os camaradas do Sindicato têm um pedido de acordo na Inspetoria do Trabalho e irão discutir em Assembléia dos trabalhadores se vão passar para um pedido conflitivo (quando não há aceitação da proposta patronal).
Esta situação não é única na MMC e está ocorrendo em varias fábricas montadoras na Venezuela. O que a patronal golpista está fazendo é usurpar a nação. Já vimos o que se passou na General Motors. A questão central é que os patrões não querem reconhecer os sindicatos, querem destruí-los para criarem cooperativas nas empresas e poderem terceirizar a mão obra. Tal como faz qualquer empresa capitalista, sobretudo na Colômbia. A idéia é poder “colombianizar” a classe operária venezuelana por meio dos patrões.
No caso da MMC Automotriz, os investimentos em novas máquinas para a montadora não se traduzem em melhorias para os trabalhadores, nem desta montadora e nem para nenhuma delas.
Esta situação começou com os trabalhadores da Toyota e se estendeu até a General Motors em Valencia (no estado de Carabobo). A patronal continuou a sabotagem na Jonson Control’s e agora se estendeu para a Automotriz VIVEX (atualmente tomada por seus trabalhadores no distrito industrial de Barcelona). Eles estão exigindo que a empresa seja nacionalizada sem indenização e colocada sob controle operário. Agora temos a situação dos trabalhadores terceirizados de Induservis que trabalham para a MMC montadora.
Não podemos permitir que a burguesia siga sabotando os trabalhadores, contando com apoio interno do aparato de Estado, de Ministérios como do Trabalho e do MILCO (Industria Ligeira e Comércio). Os trabalhadores devem se organizar cada vez mais para poderem acabar com o poder da burguesia e acabar definitivamente com o aparato de Estado burguês. O que vemos é mais e mais burocratas defendendo os interesses dos patrões capitalistas.
Vemos como a burguesia mundial sabota os direitos dos trabalhadores. Na Venezuela temos uma revolução, porém, apesar de algumas nacionalizações, não se tocou na propriedade capitalista. Por isso, nós, trabalhadores marxistas, dizemos que em nosso programa fundamental está a nacionalização do conjunto da economia: os bancos, a indústria e a terra para colocá-las sob controle operário.
Por isso os trabalhadores da MMC Automotriz e da UNT (União Nacional de Trabalhadores) de Anzoátegui, exigimos:
- Nós estamos cansados de contratos absurdos com esta empresa e por isso a manteremos sob controle até que os trabalhadores da Induservis sejam contratados.
- Neste sábado, 7 de Janeiro, marcharemos a favor da emenda constitucional, porém isso não é suficiente: Os trabalhadores devem se mobilizar para acabar com o aparato do estado burguês! Necessitamos funcionários verdadeiramente comprometidos com a revolução socialista!
- Exigimos a nacionalização da Vivex, da fábrica Gotcha, da Indústria Nacional de Torneiras (INAF), e Acerven.
TODO O PODER AOS TRABALHADORES E AOS CONSELHOS DE FÁBRICA!
Source: Esquerda Marxista