No 1º de Maio nasce o Boletim Foice e Martelo

Um novo boletim para uma nova situação política, onde a crise mundial se aprofunda e chega ao Brasil. 1º de Maio! Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores. A Esquerda Marxista lança o número 1 do Boletim Foice e Martelo. Fazemos isso nesta data não só para prestar uma homenagem aos operários assassinados em 1886 em Chicago, mas fundamentalmente para propiciar aos trabalhadores e jovens um instrumento de apoio à construção de organização revolucionária marxista.

Em todo o mundo a crise mundial do capitalismo avança. Os capitalistas, para salvar seus lucros e negócios atacam mais e mais as conquistas dos trabalhadores, e por meio dos governos criminalizam os dirigentes e seus sindicatos.

No Brasil e em vários países os dirigentes reformistas dos trabalhadores, aceitando o canto de sereia de que patrões e trabalhadores devem se unir para salvar o capitalismo, e por terem perdido a confiança nos operários, aplicam os planos de colaboração com os patrões contra a sua própria classe. Com isso as comemorações do Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores se descaracterizaram, transformando-se em festas, passeios ciclísticos, shows e sorteios.

Em São Paulo o tema do 1º de Maio da CUT é Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade, ou seja, defesa de um capitalismo mais humano, com se fosse possível existir exploração mais humana da classe trabalhadora, quando na verdade a essência do sistema capitalista, desde sua origem, sempre foi a mais brutal exploração para obter o máximo lucro.

A CUT levanta reivindicações importantes, dentre elas a redução da jornada de trabalho para 40 horas, o fim do fator previdenciário e a reforma agrária. Se estas lutas fossem levadas a sério pela direção, teria de nossa parte todo apoio. Mas até agora só falatório.

Dilma, que foi eleita com apoio dos trabalhadores, desde sua posse lhes virou as costas. Passados mais de 2 anos de enrolação Vagner, o presidente da CUT, agora ameaça em aumentar o ‘tom de enfrentamento’ com o governo. Como? Com a defesa da sustentabilidade do capitalismo e da aliança do governo com a burguesia? Com passeios ciclísticos? Qualquer trabalhador sabe que não existe negociação sem mobilizações e greves. Se de fato a direção da CUT mobilizar as bases pelas reivindicações e parar de adular o governo ela terá certamente o apoio de todos os trabalhadores.

Por que Foice e Martelo?

Escolhemos este nome porque a foice e o martelo, depois da Revolução realizada pelos trabalhadores na Rússia em 1917, passaram a ser os símbolos de sua luta e vitória contra a monarquia e o regime capitalista. Juntos simbolizam a unidade entre os camponeses e os operários para se livrar do regime da propriedade privada dos grandes meios de produção (terras, fábricas, edifícios, máquinas, matérias primas), como única forma de se libertarem de toda forma de exploração e opressão a que eram e somos submetidos.

A Foice, instrumento de trabalho dos camponeses, utilizada para colher e roçar. O Martelo, instrumento usado antigamente pelos operários principalmente para lidar com a transformação e moldagem do ferro. A união destas duas classes em luta contra os capitalistas (patrões) fazendeiros, latifundiários, banqueiros, proprietários das fábricas, foi capaz de, pela primeira vez, dar aos explorados e oprimidos, a possibilidade deles mesmos serem os donos de seus próprios destinos e produzirem para o bem de todos e não para propiciar o lucro aos patrões capitalistas. O nome Foice e Martelo expressa que a Esquerda Marxista se reivindica herdeira das aquisições e ensinamentos da Revolução Russa de 1917. Expressa também a necessidade de unirmos no Brasil os trabalhadores das cidades e do campo para que seja construída uma nova sociedade, com um governo socialista dos trabalhadores para que as conquistas possam perdurar e avançar.

O Boletim Foice e Martelo é o órgão semanal da Esquerda Marxista, instrumento de diálogo e de conexão dos marxistas com os trabalhadores, com a juventude, de divulgação e orientação para as lutas, um boletim operário, que não depende nem politica e nem financeiramente dos patrões, dos banqueiros, dos governos, mas exclusivamente dos trabalhadores. Seu preço é de R$1,00 e cada trabalhador e jovem que o comprar estará ajudando a sustentar a luta independente da classe, para que a emancipação da classe trabalhadora seja obra dela mesma.

Neste 1º de Maio nos dirigimos aos trabalhadores para que eles se organizem e lutem pelas reivindicações, busquem seu sindicato, se organizem em sua fábrica ao redor do Boletim Foice e Martelo. Unam-se à Esquerda Marxista para juntos construirmos o socialismo!

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