Declaração do comitê brasileiro da campanha Tirem as Mãos da Venezuela
Atendendo ao chamado do Presidente Chávez da Venezuela e do Congresso Mundial dos Povos Bolivarianos para uma jornada internacional de solidariedade à revolução venezuelana nestes dias 2 e 4 de Fevereiro de 2011, nos dirigimos a todas as organizações políticas, movimentos populares, dos trabalhadores e da juventude, partidos, sindicatos, entidades estudantis e a todos que se reivindicam da luta anti-imperialista e pela liberdade dos povos: É hora de unir todas as forças em defesa das lutas dos povos do Egito, da Tunísia e da Venezuela!
A revolução na Venezuela já dura 12 anos e está cada vez mais ameaçada. Se hoje o imperialismo dos EUA não tem as condições políticas de invadir militarmente a Venezuela ou de patrocinar um golpe militar como o fez em 2002, hoje busca desgastar a revolução pela sabotagem econômica, pelo cansaço e pela via parlamentar. E é claro que para as classes dominantes de todo o mundo, o fato da revolução bolivariana da Venezuela seguir resistindo até hoje significa um grande “mau exemplo” para os povos de todos os países do mundo, em especial agora para os países árabes.
A melhor solidariedade que pode ser dada hoje à revolução venezuelana é o avanço das revoluções na Tunísia e no Egito. E, dialeticamente, a melhor ajuda que podem ter hoje os povos da Tunísia e Egito, é o desenvolvimento de movimentos revolucionários em outros países árabes e o aprofundamento e radicalização da revolução na Venezuela, com a expropriação dos bancos e grandes meios de produção, finalmente planificando a economia sob controles dos trabalhadores e dando o exemplo para todos os povos do mundo.
A atual situação econômica na Europa – com as recentes grandes manifestações de trabalhadores e jovens contra os pacotes “anti-crise” nas ruas da Grécia, Portugal, Espanha, Itália, França, Inglaterra, etc. – também anula qualquer possibilidade de intervenção militar por parte dos imperialismos europeus no Egito ou Tunísia. Isso incendiaria todo o velho continente, onde vivem e trabalham milhares de imigrantes árabes, que se juntariam furiosamente aos já cada vez mais descontentes trabalhadores e jovens europeus. Os EUA também não têm uma situação tranqüila dentro de casa.
Na Tunísia, após a derrubada do ditador Ben Ali em 14 de Janeiro, o povo agora luta para derrubar o Governo provisório que é na verdade uma continuação do regime do RCD. No Egito, inspirados pelo povo tunisiano, trabalhadores e jovens lutam para derrubar o ditador Mubarak, no poder há 30 anos. Nesses dois países os povos estão se organizando em comitês revolucionários e começam a assumir a responsabilidade dos serviços públicos em várias cidades. Inspirados por eles, centenas de milhares saíram às ruas em outros países árabes como a Jordânia, o Iêmem, o Líbano e até na Arábia Saudita. No dia de hoje, mais de 2 milhões de egípcios ocupam o centro do Cairo e Mubarak está por um fio.
Por tudo isso, no Brasil, nestes dias 2 e 4 de Fevereiro, nós, ativistas da campanha “Tirem as Mãos da Venezuela”, fazemos das atividades em solidariedade à revolução venezuelana, atividades também em solidariedade às revoluções egípcia e tunisiana!
- Fora Mubarak do Egito!
- Abaixo o Governo Gannouchi na Tunísia!
- Viva a Revolução Egípcia!
- Viva a Revolução Tunisiana!
- Viva a Revolução dos povos árabes!
- Fora o imperialismo do Magreb e Oriente-Médio!
- Viva a Revolução Bolivariana da Venezuela!
- Egito, Tunísia e Venezuela: Uma só Revolução!
Comitê Brasileiro da campanha Tirem as Mãos da Venezuela
São Paulo, 1º de Fevereiro de 2011.