Ataque brutal de Israel sobre a Faixa de Gaza – O truque cínico de Netanyahu revela o crescente desespero do regime

Mais uma vez a máquina militar israelense realiza outra execução extrajudicial. Desta vez, a IAF (Israeli Air Force – Força Aérea de Israel) fez ir pelos ares o líder militar de Hamas, Ahmed Jabari, através de um ataque por helicópteros, além de um número de civis cujo único “crime” era o de viver na “maior prisão ao ar livre do mundo” [i]. Por que isto está acontecendo agora?

Hamas respondeu com ataques de foguetes sobre as cidades israelenses da classe trabalhadora pobre que fazem fronteira com a Faixa de Gaza, matando três israelenses em Kiryat Malachi [ii]. Os ataques sangrentos de Israel, juntos às ações militares subsequentes, mataram dezenas de palestinos até agora; isto naturalmente gerou medo e raiva entre a população aguerrida de Gaza, que teme a repetição da assassina operação Chumbo Grosso de 2006, quando mais de 1300 palestinos pereceram [iii]. Os porta-vozes pró-israelenses nos EUA defenderam os ataques em nome da “luta contra o terror” e “em defesa dos cidadãos israelenses” [iv].

No outro extremo, muitos pobres israelenses da classe trabalhadora, que vivem nas relativamente desprotegidas cidades do sul de Israel, temem as consequências de outra escalada; alguns deles devem estar se perguntando quantos mais assassinatos pode Israel executar para garantir sua segurança, visto que o ciclo de ataques e de retaliações remonta à própria fundação de Israel em 1948.

Sofrimento em Gaza

Para os palestinos de Gaza, a situação é absolutamente desesperada. Apesar da “retirada” unilateral de Israel em 2005, os militares israelenses mantêm completo controle sobre as fronteiras, o espaço aéreo e a linha costeira [v]. Como já explicamos em artigo anterior:

“Desde 2007, quando Hamas obteve a maioria, o Estado israelense tem mantido um bloqueio completo da Faixa. Nada entra ou sai sem aprovação do exército. A ninguém é permitido entrar ou sair. Comida, suprimentos médicos e até mesmo materiais de construção estão severamente controlados...

“As razões para o bloqueio dadas pelo imperialismo israelense e aprovadas pelo imperialismo EUA têm sido a de evitar que Hamas construa foguetes. Acontece que o material que os deixa tão preocupados em relação à construção de foguetes é essencial para a reconstrução das casas destruídas em 2009: cimento. E este está totalmente proibido” [vi].

Enquanto isto, o governo Hamas de Gaza vem montando um regime quase totalitário sobre o território, ao mesmo tempo em que fracassa em resolver a situação calamitosa dos moradores de Gaza, particularmente daqueles que vivem em campos de refugiados. Os protestos foram inteiramente proibidos – por exemplo, uma manifestação de cerca de 500 pessoas exigindo a derrubada de Hamas, depois que um menino de três anos de idade morreu em um incêndio em um dos campos de refugiados, foi reprimido pela polícia do Hamas [vii]. Os sindicalistas também têm sido repetidamente assediados, tanto por Hamas quanto pelas forças israelenses. Como explica a seguinte declaração do TUC [Trades Union Congress – Confederação dos Sindicatos] britânico:

Quando Hamas tomou o controle de Gaza em junho, a sede da Federação Geral dos Sindicatos Palestinos (PGFTU, em suas siglas inglesas) foi tomada por pistoleiros de Hamas e o seu pessoal foi orientado a comparecer a uma reunião para discutir como os sindicatos devem operar sob o governo de Hamas – o que eles recusaram. Desde o início do ano, o secretário-geral adjunto de PGFTU, Rasem Al Bayari, sofreu um ataque de foguete em sua casa (30 de janeiro) e a explosão de seu escritório (dois de fevereiro), tudo isto por parte de Hamas. O TUC apresentou protesto ao antigo primeiro-ministro de Hamas, Ismail Haniya, insistindo que os bens da PGFTU retornem ao seu controle e que o movimento sindical seja autorizado a avançar em seus assuntos livre de assédios e violências.

"Na última semana, na quarta-feira, quatro de julho, uma unidade do exército israelense invadiu um escritório da filial do PGFTU, em Ramallah, às duas horas da manhã. Eles destroçaram a porta principal, a entrada da sede, onde quebraram as portas internas dos gabinetes, bem como armários e computadores, em busca de uma desculpa para justificar a ação. O escritório de Ramallah foi o palco de uma reunião bilateral entre o PGFTU e a delegação do TUC em janeiro deste ano” [viii].

O sequestro do jornalista da BBC, Alan Johnston, em 2007, e sua subsequente libertação, lança luz sobre a natureza do domínio de Hamas em Gaza. O Hamas negociou, subornou e lutou contra bandos rivais, para garantir a libertação do desafortunado homem como um meio de legitimar sua autoridade sobre seus rivais [ix].

Protegendo cidadãos israelenses?

O regime israelense e seus apologistas justificam esta brutalidade clamando que estão defendendo seus cidadãos contra um inimigo que busca aniquilá-los, e com os quais a paz é impossível. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu fez sua carreira política vendendo esta linha (junto à realização de ataques brutais sobre a classe trabalhadora e os pobres de Israel, na forma de cortes e privatizações [x]). A fim de avaliar esta alegação, vale a pena examinar os fatos com um pouco mais de detalhes. A política de Israel em relação a Hamas e a outros grupos palestinos reflete a abordagem adotada pelos imperialismos britânico e EUA em seus respectivos domínios; isto é, Israel suborna líderes e grupos palestinos e os utiliza para policiar os territórios ocupados e sabotar a resistência.

Até fins da década de 1980, Hamas era um grupo islâmico largamente insignificante; a principal oposição a Israel era a OLP, uma organização abrangente cujos grupos constituintes variavam de estalinistas a nacionalistas de direita (o maior de todos, Fatah, comanda a Autoridade Palestina hoje). Israel começou veladamente a canalizar fundos para Hamas, que esperavam que agisse como “contrapeso” à OLP e à crescente militância da juventude Palestina [xi]. Como e porque isto foi feito foi explicado por Wall Street Journal em um artigo de 2009, Como Israel ajudou a criar Hamas. Contudo, como o Talibã, Hamas eventualmente se voltou contra seus benfeitores originais, e se alinharam com outras forças reacionárias da região, como a Síria, o Irã e a Irmandade Muçulmana do Egito.

Como o Talibã, Hamas não tem nenhum conflito fundamental com o imperialismo. Eles não representam os trabalhadores e a juventude revolucionária, mas os latifundiários semifeudais, os senhores da guerra pré-feudais e o clero corrupto. Este é o padrão do desenvolvimento desigual e combinado comum a muitos países subdesenvolvidos, onde uma moderna burguesia nunca tomou o poder. Da mesma forma que o Talibã colabora com o imperialismo britânico e EUA no Afeganistão de hoje [xii], há um alto grau de cooperação entre a ala militar de Hamas e o exército israelense. O colunista de Haaretz [jornal diário israelense], Aluf Benn, explica as relações entre Israel e Ahmed Jabari:

Ahmed Jabari era um subcontratado, encarregado de manter a segurança de Israel em Gaza”. Este rótulo não soará absurdo para ninguém que nas passadas horas ouviu Jabari ser descrito como “um arquiterrorista”, “o chefe do estado-maior do terror” ou “nosso Bin Laden”.

“Mas esta era a realidade dos passados cinco anos e meio. Israel exigiu de Hamas que observe a trégua no sul e a imponha à multiplicidade das organizações armadas na Faixa de Gaza. O homem responsável para realizar esta política foi Ahmed Jabari.

“Em troca desta tranquilidade, que nunca foi perfeita, Israel financiou o regime de Hamas através do fluxo de shekels [moeda israelense] em caminhões blindados aos bancos em Gaza, e continuou a suprir infraestrutura e serviços médicos aos habitantes da Faixa de Gaza. Jabari também foi parceiro de Israel nas negociações para a libertação de Gilad Shalit; foi ele que assegurou o bem-estar e a segurança do soldado cativo e o seu regresso a sua casa” [xiii].

Então, por que Israel matou o homem com quem trabalhava tão proximamente? Benn continua:

“Agora, Israel está dizendo que seu subcontratado não fez sua parte e não manteve a prometida tranquilidade sobre a fronteira sul. As repetidas queixas contra ele era que o Hamas não teve êxito em controlar as outras organizações, mesmo que não estivesse interessado em uma escalada. Após Jabari ter sido advertido publicamente (Amos Harel e Avi Issacharoff informaram no início desta semana que os assassinatos dos líderes de Hamas seriam retomados), foi executado na quarta-feira em ação pública de assassinato, para o qual Israel assumiu a responsabilidade. A mensagem é simples e clara: Você falhou – você está morto”.

Não se trata, portanto, de um estado protegendo seus cidadãos contra um inimigo implacável, mas de uma força ocupante que utiliza quislings locais [Quisling, colaborador nazista na Noruega ocupada pelos alemães durante a II Guerra Mundial] e que se desembaraça deles quando perdem a utilidade.

As eleições israelenses e a crise do regime

Netanyahu pretende fazer-nos acreditar que o momento desta escalada (com eleições programadas para janeiro do próximo ano ao Knesset, o parlamento israelense) é pura coincidência. Dada à história de Israel de se engajar em conflitos armados sempre um pouco antes das eleições, isto fica difícil de engolir. Retornemos à análise de Aluf Benn:

O assassinato de Jabari vai passar para a história como mais uma vistosa ação militar iniciada por um governo em fim de mandato às vésperas de uma eleição.

“É a isto que o pesquisador Prof. Yagil Levy chamou de ‘atiçar o conflito dentro de uma estratégia intra-estatal de controle’. O conflito externo ajuda o governo a reforçar sua posição doméstica porque o povo se une atrás do exército e os problemas sociais e econômicos são retirados da agenda nacional.

“Esta receita é familiar desde 1955, quando David Ben-Gurion retornou de seu exílio em Sde Boker e conduziu as forças de defesa de Israel a uma ação retaliatória em Gaza, e seu partido, Mapai, à vitória nas eleições (Barak relembrou deste período com nostalgia, quando falou na última semana no memorial de Moshe Dayan). Desde então, sempre que o partido dominante se sente ameaçado nas urnas, coloca seu dedo no gatilho. Os exemplos são extensamente conhecidos: o lançamento de dois mísseis Shavit no verão de 1961, em meio ao assunto Lavon; o bombardeamento do reator iraquiano em 1981; a operação Uvas da Ira no Líbano em 1996 e a operação Chumbo Grosso em Gaza às vésperas das eleições de 2009. Nos dois últimos casos, a ação militar se transformou em derrota nas eleições”.

Duas coisas sobressaem aqui. Em primeiro lugar, a observação do Prof. Levy de que as guerras são utilizadas para retirar os problemas sociais e econômicos da agenda nacional, é particularmente presciente, dadas as enormes vagas de manifestações que explodiram em Israel no último ano. Centenas de milhares de judeus e árabes foram às ruas exigindo acesso à moradia e o fim aos cortes e às elevações de preços [xiv]. Alguns estavam começando a compreender a conexão entre a ocupação da Palestina e as condições sociais desastrosas em Israel. Como Socialist Appeal explicou naquele momento, a crise mundial do capitalismo atingiu Israel de forma especialmente dura, e a radicalização dos trabalhadores e da juventude está se expressando aqui também. Sem nenhuma legitimidade e profundamente impopular, o regime de Netanyahu recorre a aventuras militares em uma tentativa desesperada de manter o seu governo e ficar no cargo.

Em segundo lugar, Benn observa que, “Nos dois últimos casos, a ação militar se transformou em derrota nas eleições”. Em outras palavras, esta tática tem seus limites – um regime somente pode desafiar a lei da gravidade por algum tempo. Ao se desenrolar, a luta irá varrer o chauvinismo do passado e criar as condições para a unidade entre os trabalhadores e a juventude em uma luta comum contra o imperialismo e seus agentes locais, quer sejam judeus ou árabes.

Contra o imperialismo e o nacionalismo – Por um Oriente Médio socialista

Os fundamentalistas islâmicos e o Estado israelense parecem ser inimigos implacáveis, mas olhando bem isto pode ser um engodo. Fazemos a seguinte e extensa citação de um artigo que produzimos sobre uma escalada similar que teve lugar logo depois dos protestos sociais do último ano em Israel; a relevância da análise mostra como as questões fundamentais permanecem as mesmas:

Esta recente escalada é como o maná caído do céu para a classe dominante israelense, interessada em refrear todos os sentimentos radicais em Israel e mais uma vez enganar o povo pobre de Israel e uni-lo aos seus milionários em face da ‘ameaça externa’”. Os marxistas não são teóricos da conspiração e não sugerimos que Israel de alguma forma encena estes atos de terrorismo para criar uma desculpa para a ação militar; pelo contrário, devemos compreender que os interesses de Hamas e dos fundamentalistas refletem os interesses da classe dominante israelense.

“Hamas e o Estado israelense têm uma coisa em comum: eles se opõem a qualquer movimento que una os trabalhadores e a juventude acima de divisões étnicas”. A razão é muito clara: um movimento unido de trabalhadores e pobres poderia se tornar uma ameaça tanto para a classe dominante sionista em Israel quanto para os líderes corruptos dos Palestinos...

“O governo corrupto de Hamas não tem nada a oferecer ao povo de Gaza, exceto pobreza e violência. Ele somente pode manter a fachada de lealdade e respeito aos olhos dos Palestinos posicionando-se como o ‘exército de libertação’, levantando-se contra os ocupantes, lutando pela liberdade. Sem a ocupação da Palestina e sua opressão pelo estado israelense, Hamas não existiria.

“O mesmo, naturalmente, se aplica à classe dominante israelense. Como já explicamos anteriormente, a séria crise do capitalismo israelense deixou o governo, os políticos e os ‘magnatas’ abominados pelas massas. Os inimigos aparentemente irredutíveis, o Estado de Israel e os Fundamentalistas, têm os mesmos interesses – manter as divisões entre os trabalhadores e os pobres judeus e árabes. O fato de que muitos árabes israelenses estejam começando a participar no movimento em Israel, com óbvias repercussões entre os Palestinos de Gaza e na Cisjordânia, provocou uma escalada de violência e de divisão de forma temporária, tanto para a classe dominante israelense quanto para Hamas” [xv].

Como Marx explicou há muito, na terra só existe uma força que pode derrotar o imperialismo, o capitalismo e o banditismo – a classe trabalhadora organizada. A magnífica onda de lutas que varre a região, agora abrangendo a vizinha Jordânia, tem a possibilidade de ligar os trabalhadores árabes e judeus em uma frente única contra seus exploradores reacionários.

Para isto acontecer, os trabalhadores organizados devem assumir o papel de liderança. A entrada em cena da federação sindical Histadrut, em Israel, poderia se tornar, por exemplo, um rude golpe às forças da reação dentro e fora de Israel. Mas para isto acontecer, o próprio Histadrut deveria se transformar em uma genuína organização de luta dos trabalhadores.

As condições para esta transformação poderiam ser criadas por uma elevação da luta de classes dentro do próprio Israel. Tivemos um vislumbre de que isto é possível no último ano, quando os protestos de massas abalaram a sociedade de Israel [ver, por exemplo, Israeli workers and youth join the revolutionary wave , de um de agosto de 2011].

De fato, é a dimensão das tensões subjacentes sociais e de classe dentro da sociedade israelense o principal fator que empurra a classe dominante israelense a estimular sentimentos anti-Palestinos entre a população israelense. Cinicamente, Netanyahu vê a inevitável escalada de violência, com foguetes sendo lançados em retaliação desde a Faixa de Gaza caindo em bairros da classe trabalhadora israelense, como uma ferramenta útil de seu arsenal político. Ele espera, dessa forma, dirigir o país ainda mais à direita enquanto se prepara para as eleições antecipadas que convocou para os primeiros dias do próximo ano.

Dada à ausência de alternativa, Netanyahu parece estar indo bem nas recentes pesquisas de opinião. Contudo, também é verdade que a economia de Israel espera uma redução ainda maior no próximo ano e é por isso que Netanyahu quer realizar as eleições agora e não ir às urnas em meio a uma recessão econômica, na qual ele provavelmente perderia muito apoio. Agora mesmo, pequenas manifestações contra a guerra estão irrompendo em Tel Aviv [xvi]. Se a violência permanecer, estas manifestações somente poderão se tornar maiores.

Nestas condições, o colapso do Partido Trabalhista Israelense e a geral ausência de uma oposição política abriram as portas para o Partido Comunista de Israel, o qual, apesar de seu passado estalinista, vem crescendo recentemente; por exemplo, ele ganhou mais de um terço dos votos nas eleições municipais de Tel Aviv, em 2006 [xvii]. Contudo, apesar de sua posição de princípio sobre questões como a crise habitacional, a liderança deste partido restringe-se à crítica do sistema atual, sem oferecer um programa claro como alternativa. Nestas condições, a necessidade de uma tendência marxista revolucionária em Israel e na Palestina, que podem oferecer esta alternativa, nunca foi maior.

Oponha-se à agressão israelense! O movimento dos trabalhadores israelense deve exigir e lutar por um imediato cessar fogo!

Fim ao bloqueio de Gaza! Pela plena retirada das forças israelenses e dos assentamentos judeus na terra Palestina ocupada!

Não aos ataques sobre as cidades da classe trabalhadora israelense! Pela unidade dos trabalhadores judeus e árabes em todo o Oriente Médio contra o imperialismo e a exploração capitalista!

Por uma federação socialista dos trabalhadores de Israel e da Palestina no Oriente Médio!

[i]Israeli air strike kills Hamas military chief Jabari, BBC

[ii]Three Israelis killed by Gaza rocket as violence escalates, BBC

[iii]Operation Cast Lead, globalsecurity.org

[iv]ADL Expresses Support For Targeted Military Action In Gaza , adl.org

[v]Disengagement Plan of Prime Minister Ariel Sharon - Revised, Knesset

[vi]Flotilla massacre exposes criminal blockade of Gaza, marxist.com

[vii]Boy's death ignites rare anti-Hamas protests in Gaza, Reuters

[viii]TUC condemns attacks on Palestinian trade unions, TUC

[ix]Alan Johnston: My kidnap ordeal, BBC

[x]How Netanyahu Went from Idealism to Pragmatism on Economic Policy/, Wharton

[xi]Analysis: Hamas history tied to Israel, upi.com, and How Israel Helped to Spawn Hamas, Wall Street Journal.

[xii]Taliban 'prepared to work with US on security in Afghanistan', Telegraph

[xiii]Israel killed its subcontractor in Gaza, Haaretz

[xiv]Arab revolution reaches Israel – next step, a general strike!, marxist.com

[xv]Israel: Capitalists and fundamentalists won’t succeed in derailing revolutionary movement, marxist.com

[xvi]Solidarity protests for Gaza at Israeli universities, Bikyamasr.com

[xvii]Israel: Tel Aviv municipal elections - a Pyrrhic victory for the Right, marxist.com

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