Há um crescente aumento na temperatura nas lutas da classe trabalhadora em todo o mundo. No Brasil, depois das jornadas de junho, o governo Dilma, não atendendo nenhuma das reivindicações levantadas pela juventude e pela classe trabalhadora, anunciou seu pacote de maldades com a privatização em massa: portos, petróleo, estradas e aeroportos.
A cortina de fumaça criada com a Reforma Política e Constituinte exclusiva levou uma trombada da burguesia que está associada ao governo e ao PT. A manobra que visava acalmar as massas corre o risco de virar um arremedo de reforma partidária e está longe de atender ao clamor das ruas.
As massas desconfiadas e cansadas diante de tudo isso se colocaram em movimento e nas ruas e em greves exigem o atendimento de suas reivindicações.
Aumenta a pressão das ruas
No Rio de Janeiro os trabalhadores da educação se ergueram em greve e já há quase 2 meses sofrem violenta repressão dos governos Paes e Cabral, aliados e protegidos do governo Dilma.
Em frente à sede da Petrobrás realiza-se um acampamento contra o leilão do Campo de Libra. Os petroleiros preparam uma grande greve nacional por tempo indeterminado para o dia 17 de outubro, pelas reivindicações da categoria que está em campanha salarial e contra a privatização do petróleo.
As greves
Os trabalhadores dos Correios realizam uma grande greve nacional e buscam unificar suas mobilizações com os bancários, como ocorreu na cidade de Campinas no interior do estado de São Paulo.
Os bancários, em greve há mais de 15 dias, seguem firmes na luta, apesar das direções amolecerem e não colocarem a categoria diretamente nas ruas.
Os metalúrgicos do ABC, São José dos Campos e Taubaté, realizam greves e em várias fábricas intensas manifestações e assembleias.
Fortalece-se o sentimento de unidade
Em São Paulo ocorreu manifestação contra o leilão de Libra e expressando o sentimento de solidariedade com as lutas dos professores, com as lutas dos correios, dos metalúrgicos. Só não se expressou com maior intensidade porque as direções jogam água fria na panela de pressão e buscam tratar as questões como se fossem específicas e próprias de cada categoria. Procuram evitar a unidade.
Há um forte sentimento de que as lutas só poderão ser vitoriosas com sua unificação nacional.
Se no Rio de Janeiro Paes e Cabral reprimem, em São Paulo Alckmin não deixa por menos...
As ações violentas, as prisões e condenações de manifestantes, inclusive baseadas na velha Lei de Segurança Nacional herdada e mantida até hoje pelos governos Lula e Dilma, tomam corpo. Em São Paulo a violenta ação da polícia de Alckmin novamente foi colocada em cena. Bombas, cassetetes e tiros. Prisões e acusações de formação de quadrilha. Igualzinho ao STF no caso do falso julgamento do “mensalão”. Mas Cabral, Paes e Alckmin não estão sós.
... No Rio Grande do Sul Tarso também ataca e reprime
No Rio Grande do Sul, estado governado pelo petista Tarso Genro, a resposta à voz das ruas foi a violenta repressão, prisões e invasões em casas de ativistas e militantes sindicais. É a criminalização, são as práticas típicas da ditadura militar. Tiros, bombas, cassetetes e cadeia. Esta foi a resposta dada à voz das ruas. Tudo muito parecido ao que fazem Paes e Cabral no Rio de Janeiro. Um fiel retrato que aponta para onde conduz a política de conciliação de classes.
Os falsos anarquistas deixam a porta aberta à repressão
Tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo, os Black Blocs estão agindo e atuando nas manifestações por meio de atos que em nada ajudam os movimentos e suas reivindicações, a sua auto-organização. Suas ações de quebrar edifícios, órgãos públicos, redes de fast-foods, queima de ônibus, não afetam em nada o capitalismo.
Ao final das manifestações do Rio de Janeiro e de São Paulo, os Blacks saíram quebrando e incendiando. A imprensa burguesa saiu a campo noticiando os quebra-quebras, anunciando que isso era resultante das manifestações dos professores ou dos que protestavam contra a privatização do petróleo. O foco das notícias era a ação “dos vândalos” e não a luta e as reivindicações.
Cabe aos sindicatos organizarem fortes serviços de ordem, com jovens e trabalhadores decididos a defender suas manifestações, contra a repressão dos policiais e daqueles, que por seus métodos equivocados, deixam a porta aberta para a atuação da polícia e dos infiltrados.
A justeza do prognóstico da Esquerda Marxista
No informe político da direção da Esquerda Marxista, que abre a preparação de seu Congresso contém um prognóstico que já está demonstrando sua justeza: “Mas, os fogos de artifício não duram. A vida das massas é governada pelas questões concretas. A história é mais forte que os aparelhos. E a única resposta socialista aos anseios populares é a realização da plataforma de luta levantada pela Esquerda Marxista de fim das privatizações e reestatização de tudo que foi privatizado, cancelamento da Divida Interna e Externa, Reforma Agrária, estatização do sistema financeiro, expropriação das multinacionais e grandes empresas, atendimento das reivindicações populares e planificação da economia por um governo da República Socialista dos Conselhos, como parte integrante da luta pela República Socialista Universal dos Conselhos.
E queiram ou não, Lula e a direção do PT, no próximo período é muito provável que venham a ocorrer e se acentuar choques das massas com o governo federal. Sem falar nas campanhas salariais de grandes categorias que se desenvolverão ainda este ano num quadro de austeridade do governo e de dificuldades econômicas ampliadas”.
Seguimos firmes na batalha pela plataforma acima indicada e nas lutas, nos sindicatos, nas greves. Chamamos a todos para se unirem em defesa desta plataforma. Junte-se a nós!