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Acabo de receber a triste notícia da morte de meu velho camarada e amigo, Hans-Gerd Öfinger. Foi um grande choque e a última coisa que esperava ouvir. Há apenas algumas semanas, enviei um e-mail para ele quando descobri que ele e sua filha Rosa haviam contraído Covid-19. Ele respondeu dizendo que estava se recuperando bem e estava impaciente para voltar ao seu trabalho revolucionário.

Acabo de receber a triste notícia da morte de meu velho camarada e amigo, Hans-Gerd Öfinger. Foi um grande choque e a última coisa que esperava ouvir. Há apenas algumas semanas, enviei um e-mail para ele quando descobri que ele e sua filha Rosa haviam contraído Covid-19. Ele respondeu dizendo que estava se recuperando bem e estava impaciente para voltar ao seu trabalho revolucionário.

Vários países na Europa suspenderam o uso da vacina AstraZeneca/Oxford University nas últimas duas semanas, devido a uma associação não comprovada (e improvável) com coágulos sanguíneos. Na sequência de uma revisão pela Agência Médica Europeia, eles agora retomaram a vacinação, mas esta decisão, politicamente dirigida, abalou seriamente a confiança pública na vacina, que já era baixa.

No dia 16 de março, oito pessoas, incluindo seis mulheres de ascendência do Leste Asiático, foram baleadas e mortas em três diferentes spas na área de Atlanta, Geórgia. O suspeito, Robert Aaron Long, é um homem branco que tinha um histórico de frequentar salões de massagem asiáticos, incluindo o local de seu primeiro ataque, para obter serviços sexuais. Embora a polícia da Geórgia e o FBI relutem em rotular essa atrocidade como um crime de ódio, esses ataques destacam como o racismo, o machismo e todos os males do capitalismo se intensificaram durante a pandemia.

A pandemia está fora de controle no Brasil. Segundo os dados oficiais, neste momento (21/03) já são mais de 294 mil mortos pela Covid-19 e, a cada dia, em média aproximadamente 2 mil novos óbitos são registrados. Levando em conta as subnotificações, estes números devem ser significativamente maiores.Em janeiro, no Estado do Amazonas, dezenas de pacientes morreram por falta de oxigênio nos hospitais. Agora, o colapso é generalizado no país. Praticamente em todas as regiões as UTIs estão lotadas e pacientes estão morrendo a espera de um leito, tanto na rede pública, quanto na rede privada de saúde. Hospitais estão instalando câmaras frigoríficas para armazenar corpos!

Protestos em massa envolvendo milhares de pessoas explodiram na Grécia contra a perseguição estatal de um prisioneiro de esquerda, que fez greve de fome para conquistar direitos básicos. Os manifestantes, principalmente jovens, foram recebidos com violenta repressão por parte do Estado. Uma frente única de todas as organizações de esquerda é necessária para lutar contra o governo reacionário e autoritário da Nova Democracia!

As massas de Mianmar continuam resistindo à junta militar, apesar das prisões em massa e de dezenas de pessoas mortas nas ruas. Faz mais de um mês desde que os militares assumiram e a junta ainda não conseguiu restaurar qualquer aparência de estabilidade. Pelo contrário, as tensões de classe estão aumentando à medida que uma aliança de sindicatos organizou uma segunda greve geral em resposta à repressão contínua dos militares.

O Brasil está batendo recordes da quantidade de mortes diárias por Covid-19 e hoje (4), o país ultrapassou os 260 mil mortos. Soma-se a isso o colapso do sistema de saúde do país, com a ocupação de leitos ultrapassando 80% da capacidade em pelo menos 16 estados e Distrito Federal e nove estados ultrapassando os 90% da capacidade. Ao falar sobre a gravidade da situação, a pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), disse que “teremos o março mais triste de nossas vidas”1. Diante desse quadro, Bolsonaro respondeu:“chega de frescura e mimimi. Vão ficar chorando até quando?

Nos últimos dias, uma irrupção social abalou o Senegal, país da África Ocidental. O movimento, aparentemente surgido do nada, ganhou rapidamente características insurrecionais, com o Estado perdendo completamente o controle de grandes partes da capital, Dakar, para os manifestantes. O New York Times descreveu o Senegal como “um dos países mais estáveis​​daÁfrica Ocidental“. Mas, sob a superfície de aparente calma, forças poderosas estavam em ação.

O Paraguai está testemunhando uma explosão social. A repressão policial aos protestos em massa contra a má gestão do governo na crise da Covid-19 deixou um morto e 18 feridos na sexta-feira, 5 de março. Temendo as massas nas ruas, o presidente Mario Abdo forçou a renúncia de meia dúzia de ministros e ofereceu o diálogo. As massas permaneceram nas ruas exigindo que “todos fossem embora” (“que se vayan todos”).

Uma poderosa demonstração de raiva e oposição ao golpe militar lançado no início de fevereiro ficou evidente nas ruas de cidades de Mianmar na última segunda-feira (22 de fevereiro), quando uma greve geral paralisou o país, desde Myitkyina, no norte, a Bhamo, perto da fronteira chinesa, e a Pyinmana, no centro.

Cerca de um ano se passou desde que a Covid-19 foi declarada uma pandemia global. Mais de 2 milhões de pessoas morreram diretamente por causa do vírus até agora. Muitas outras morreram de causas secundárias. Enquanto as vacinas, agora em circulação, oferecem um fio de esperança para as massas, que estão presas em um ciclo de isolamento e precariedade, a crise está longe de terminar. Até porque o protecionismo e o “nacionalismo vacinal” estão impedindo bilhões de pessoas de realmente acessar esses recursos vitais. Quando tudo irá acabar?

Os recentes anos de turbulência política deixaram a classe dominante perturbada. Estão enfrentando ondas de protesto e instabilidade sem precedentes. Estão, agora e cada vez mais, desesperadamente tentando estabilizar a situação utilizando os gastos do Estado e outras concessões. Foi isso que se viu no Fórum Econômico Mundial no mês passado.