A seguir, publicamos um breve perfil sobre a trajetória política de Carlos Lanz, seu desaparecimento forçado e o estabelecimento do Comitê de Busca e Libertação do companheiro. Convidamos nossos leitores a participar na conferência online “Contra os Desaparecimentos Forçados: Onde está Carlos Lanz?”, organizada pela Corrente Marxista Internacional (CMI) e pelo Comitê dedicado ao caso do companheiro, que será realizada hoje (17), às 20h (Horário de Brasilía). A live será transmitida pelo Facebook.
Na madrugada de 8 de agosto de 2020, Carlos Lanz foi objeto de um sequestro político por parte dos inimigos da Revolução Bolivariana.
Seus familiares, amigos, companheiros de trabalho e camaradas de luta não têm, até a data, nenhum tipo de informação sobre o seu paradeiro.
Carlos Lanz é um revolucionário de longa trajetória, um exemplo de perseverança e verticalidade na obra militante pela libertação social e pelo Socialismo Revolucionário. Sendo ainda muito jovem, militou no Partido Comunista da Venezuela (PCV) e se incorporou às Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN). Depois fez parte de outras experiências armadas e políticas revolucionárias, entre as quais cabe mencionar: Partido da Revolução Venezuelana (PRV); Movimento Revolucionário dos Trabalhadores (MRT): Grupos de Comandos Revolucionários (GCR); Primera Línea (PM): Desobediência Popular (DP). Faz parte dos fundadores do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
No final da década de 1980 do século passado, estabeleceu relações com as correntes patrióticas e revolucionárias presentes naquele momento nas Forças Armadas Nacionais (FAN). Nesta dinâmica, conhece o Comandante Hugo Chávez e outros militares patriotas, e em tal contexto, impulsionou e desempenhou um papel de liderança na Revolução Bolivariana.
Com o triunfo da Revolução Bolivariana assumiu e cumpriu responsabilidades de alto nível na condução política administrativa do processo. Entre outras, cabe destacar: integrante do Comando Superior da Revolução; assessor de múltiplos ministérios; coautor do Plano da Pátria; presidente da ALCASA; criador do Programa “Todas as mãos à Semeadura”; parceria nos Planos de formação e capacitação para a segurança e defesa integral da Nação; teórico e conferencista sobre a guerra não convencional; assessor do Alto Comando Militar; docente na escola de formação política da Juventude do PSUV Antonio José de Sucre.
A partir do momento em que ocorreu o seu desaparecimento forçado, as organizações populares e revolucionárias venezuelanas começaram a exigir ao Estado e, particularmente, ao Ministério Público, que a investigação sobre o caso fosse realizada com rapidez e de forma integral e transparente.
No marco dessa luta se formou o Comitê de Busca e Libertação de Carlos Sanz, o qual aglutina não menos de uma centena de organizações que existem por todo o país.
Como parte da luta travada até agora, foram realizadas marchas e concentrações populares; remessas de documentos ao Ministério Público; solicitações ante a Assembleia Nacional para que se constitua uma Comissão Especial com a finalidade de examinar o curso e a situação da investigação; exortações públicas ao Presidente da República para que, como Chefe do Estado, dite as medidas que permitam organizar e colocar em ordem a investigação.
Em suma, no caso do camarada Carlos Lanz o Estado descumpriu sua obrigação legal de investigar com efetividade e profundidade para identificar os responsáveis intelectuais e materiais do fato, e, em consequência, julgá-los e aplicar-lhes a sanção cabível conforme a lei.
O Comitê continuará a luta até conseguir resgatar são e salvo a Carlos Sanz e impedir que se imponha o silêncio, o esquecimento e a impunidade.