Com menos de uma semana para as eleições, o Partido Trabalhista (Labour Party) está acelerando sua campanha. Ativistas estão sendo transportados para as periferias, com o objetivo de reforçar os esforços locais de porta em porta. O dinheiro está sendo levantado através das doações da base, para alcançar jovens eleitores em locais-chave. As massas de ativistas do partido estão sendo mobilizadas para encher as ruas nos próximos dias.
[Source]
Essas iniciativas se somam aos esforços hercúleos já feitos pelos apoiadores de Corbyn nas últimas cinco semanas. Enquanto as eleições de 2017 tiveram um início relativamente lento, a campanha trabalhista de 2019 já começou em alta velocidade.
Os eventos de “Destituição” [comícios pró-Corbyn] – liderados por figuras proeminentes de esquerda, como Owen Jones – têm visto centenas saindo em uma época de frias noites de inverno para sessões de campanha massiva em importantes localidades marginalizadas. Muitos mais fizeram sua parte em comícios e realizaram transferências de doações por telefone. Milhares de grupos de Whatsapp surgiram, permitindo que os membros organizem tudo de baixo para cima. E uma camada totalmente nova tem ingressado na atividade política, com muitos tomando papéis de liderança.
A dimensão desse movimento de massas é a parte não contada dessa eleição. De fato, houve duas campanhas ocorrendo em paralelo: a coberta pela imprensa capitalista – principalmente uma enxurrada de ataques contra Corbyn, reforçada por uma torrente de mentiras e bordões regurgitados pelo sistema e por sua mídia porta-voz; e a campanha trabalhista massiva de otimismo, tomando espaço nas redes sociais e nas ruas.
A classe dominante está aterrorizada. Eles perderam o controle da situação. Eles não têm mais qualquer representante confiável em Westminster. Suas ansiedades são retratadas com precisão nos editoriais recentes de sérios jornais capitalistas, como o Financial Times e The Economist – ambos chorando sobre o colapso do “centro político” e lamentando a polarização política que ocorre na sociedade britânica (e internacionalmente).
Porém enquanto o sistema agoniza; enquanto os covardes vacilam e os traidores zombam, centenas de milhares de pessoas estão se mobilizando e se organizando pelo país, inspirados pela oportunidade de mudar a sociedade. Independentemente do que ocorrer dia 12/12, esse fato sozinho mudará o panorama político irrevogavelmente.
Apoiadores do Socialist Appeal em Londres se juntam à campanha para pintar a cidade de vermelho
Por Adam Booth
Ativistas do Socialist Appeal em Londres tem se jogado de cabeça nessa eleição. Com muitas áreas londrinas já solidamente trabalhistas, nós – como a maioria dos apoiadores de Corbyn na capital – estivemos viajando para todo o lado para impulsionar a campanha em importantes áreas da periferia da cidade e ao redor dela.
Nós visitamos os vários eventos massivos de “Destituição”, organizados pelo Momentum e por Owen Jones, em que centenas se levantaram para ajudar a bater de porta em porta nas várias áreas de indecisas: de Harrow East até Chingford, até Two Cities e Putney. No vídeo abaixo, por exemplo, Owen desperta a multidão em Heldon, chamando os camaradas para acabar essa batalha eletiva com o maior terremoto político da história.
Camaradas estudantes nas sociedades marxistas também têm se organizado nos campi universitários para conquistar os votos da juventude para os trabalhistas, como parte da campanha Students4Corbyn [Estudantes por Corbyn].
Destaque de ser dado aos ativistas na sociedade marxista de Brunel que jogaram um papel de liderança nas mobilizações estudantis para “dar um chute” em Boris. Os apoiadores do Socialist Appeal também se juntaram à demonstração de “F*da-se Boris” no círculo eleitoral de Johnson mês passado, em que tocavam música pelas ruas de Uxbridge enquanto os manifestantes chamavam os moradores a votar.
Além disso, nós estivemos organizando várias excursões em grupo de camaradas todo final de semana em diferentes áreas chave, com dúzias de apoiadores do Socialist Appeal indo para Chingford, Two Cities e Kensington nas últimas semanas. E para nosso último final de semana de campanha, estaremos descendo a Uxbridge no esforço de tornar Boris Johnson o único primeiro-ministro da história britânica a ser totalmente expulso do Parlamento.
Com um último empurrão, podemos vencer. Todos nas ruas para uma vitória trabalhista! Vote em Corbyn! Lute pelo socialismo!
Trabalhistas se comprometem em salvar nosso Serviço Nacional de Saúde em Leeds
Por Lauren Cooper
Uma multidão de pessoas se enfileirou na frente da União Estudantil de Leeds Beckett no sábado, 30/11, em antecipação à manifestação dos trabalhistas pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS na sigla em inglês).
Isso aconteceu após ao recente lançamento de documentos revelando as conversas sobre negociações comerciais de Boris Johnson com Trump. Mostrando como os Tories vão colaborar com os grandes negócios dos EUA dando acesso ao NHS, impulsionando os lucros da indústria farmacêutica norte-americana, permitindo que nossos serviços públicos de saúde sejam precarizados e privatizados. Para piorar a situação, essas privatizações seriam protegidas por tribunais internacionais contra qualquer reversão que poderia ser feita por um futuro governo trabalhista.
Os trabalhistas revelaram um impressionante conjunto de planos no seu manifesto, buscando corrigir os danos infringidos ao NHS por nove anos de austeridade dos Tories. Isso inclui aumento de salário para enfermeiras e equipes de suporte; reinstituir com as bolsas de enfermagem e investir apropriadamente na saúde pública. Por outro lado, os Conservadores ainda não cumpriram suas promessas de novos hospitais, mais enfermeiros e mais dinheiro para o nosso serviço de saúde.
Todos os que discursaram no comício – incluindo Richard Burgon, parlamentar de Leeds East, o secretário paralelo de saúde Jon Ashworth, e a candidata a parlamentar local Jane Aitchson – enfatizaram os problemas da privatização e a necessidade de um investimento apropriado para a saúde pública.
Jeremy Corbyn, o último a discursar, falou com grande energia sobre como a preservação de uma das grandes conquistas dos trabalhistas é tão vital nesse tempo, quando as doenças relacionadas a pobreza varreram o país. Para salvar nosso NHS, Corbyn afirmou, precisamos eleger um governo trabalhista nesse 12/12.
Angela Rayner, secretária paralela da educação, também deu um poderoso discurso sobre educação, desenhando muitos paralelos com o NHS. O estado da educação é similar ao estado do NHS: subfinanciado, estendido além de suas capacidades, sem trabalhadores e funcionários de apoio suficientes, nem investimentos a longo prazo. As promessas trabalhistas de reativar os centros Sure Start e criar um Serviço Nacional de Educação são um passo positivo na direção certa.
Estudantes da Universidade de Brunel mobilizados pelos trabalhistas em Uxbridge
Por Billy Timimi
Um dia antes do prazo de inscrição dos eleitores, a campanha Students4Corbyn juntou ativistas e o candidato local Ali Milani para registrar os estudantes de Brunel. Em 2017, a juventude saiu em números recordes e foram fundamentais para transferir os assentos que por décadas foram dos Conservadores para os trabalhistas. Nós agora esperamos alcançar o mesmo em Uxbridge e dar um chute em Boris.
Administrando um círculo eleitoral no qual ele mal entrou em contato, a maioria de Boris foi reduzida pela metade em 2017. Graças aos esforços de campanha pela base ativista, é totalmente possível que o Partido trabalhista mude ainda mais a votação, destituindo um primeiro ministro em exercício pela primeira vez na história.
O Students4Corbyn visitou oito salas de estudantes, distribuindo cerca de 4 mil panfletos e encorajando os estudantes a se registrarem. Apesar das tentativas do sistema de suprimir e atentar contra o voto da juventude, nós em Brunel não estamos dispostos a sermos silenciados.
Nós não estamos tentando mobilizar os estudantes somente para essa eleição. Após eleger Jeremy Corbyn, precisamos continuar lutando para mudar o próprio sistema.
É por isso que nós da sociedade Marxista de Brunel estamos construindo nossas forças nos campi, discutindo com os estudantes sobre as ideias socialistas, assim como estimulando apoio a Corbyn. Graças aos nossos eventos, bancas e campanhas, nós estivemos nos estabelecendo como uma força genuína nos campi, com fortes ligações com outras sociedades de esquerda, como os trabalhistas e os agrupamentos LGBTQ+.
Os estudantes estão claramente abertos a nossa mensagem: que nós precisamos desesperadamente de políticas radicais das quais os trabalhistas vêm prometendo nessa eleição – entretanto essas demandas devem estar fortemente ligadas ao combate contra o capitalismo e pelo socialismo.
Lutando ao lado dos trabalhadores pela vitória do Partido Trabalhista, os estudantes podem – e vão – ter um importante papel no movimento de massas atual, com a capacidade de transformar a sociedade.