Os trabalhadores da companhia ferroviária grega Trainose da Tessalónica, forçaram os patrões a ceder, após terem-se recusado a colaborar com o transporte de tanques da NATO do porto de Alexandroupoli para a Ucrânia.
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A militante e anti-imperialista posição destes trabalhadores da Trainoise e a solidariedade recebida de vários outros sindicatos na Tessalónica e na Macedónia Centras são as razões para a vitória e são um exemplo para todo o movimento operário europeu. Estes acontecimentos demonstram que as tentativas os imperialistas americanos e europeus para enviar equipamento militar mortífero para a Ucrânia pode ser impedido pelo poder e ação da classe trabalhadora.
Os patrões passaram duas semanas a tentar pressionar o pessoal técnico das oficinas em Tessalónica para irem a Alexandroupoli, a 2 de Abril. Ali, eles deveriam ocupar-se do transporte ferroviário dos blindados da NATO para as fronteiras da Ucrânia, através da Polónia.
Os trabalhadores, bem como os 12 sindicatos que os apoiaram, corretamente declararam que a transferência de equipamento militar da NATO para a Europa de Leste e daí (inevitavelmente) para a Ucrânia, tem o claro objetivo de reforço o aparato bélico do imperialismo ocidental contra a Rússia.
Os sindicatos anunciaram a sua solidariedade com os trabalhadores no seguinte comunicado:
“Não deve haver nenhum envolvimento do nosso país na guerra da Ucrânia, que é travada para benefício de algum à expensas da maioria. Especialmente, exigimos que não deve haver nenhuma utilização das nossas infraestruturas ferroviárias para a transferência de qualquer arsenal e equipamento militar americano ou da NATO para os países vizinhos.
Denunciamos as ameaças da Trainose contra os trabalhadores que se recusaram a participar no transporte de tanques da NATO do porto de Alexandroupoli. É uma piada de mau gosto que o patronato diga: “não nos importa o que os vagões transportem, é o nosso trabalho e temos de fazê-lo” ou que “os contratos laborais da companhia determinam que os trabalhadores procedam de acordo com as ordens recebidas”.
Nós, os trabalhadores ferroviários, trabalhamos para transportar bens e produtos que sirvam para satisfazer as necessidades da sociedade, NÃO para fazer parte do envolvimento do país em assuntos que são perigosos para o povo, ao transportar material da NATO até à fronteira da Ucrânia. Não seremos cúmplices na passagem da máquina de guerra pelos territórios do nosso país.
A verdadeira solidariedade com o povo da Ucrânia consiste hoje em lutar pelo seguinte: Pela não utilização do caminho-de-ferro para transporte de equipamento militar para países estrangeiros; Pelo retorno às estações de origem dos comboios usados neste propósito; Pelo fim das ameaças aos trabalhadores que se recusam ao transporte de equipamento militar da NATO através do nosso país.”
O governo de direita da Nova Democracia ativamente apoia o conflito imperialista na Ucrânia, apesar dos sentimentos pacifistas e anti-imperialistas do povo grego.
Somando-se aos milhares de armas e mísseis enviados ao governo-marioneta da NATO desde o princípio de março, são ainda usadas bases da NATO no país e o porto de Alexandropoli é usado para o transporte de munições pela Bulgária e Roménia para suportar a guerra na Ucrânia. Ao mesmo tempo, o governo de Atenas decidiu enviar unidades e material militar para a Bulgária, para fazerem parte dos contingentes da NATO estacionados no leste europeu para confrontar a Rússia.
O ato de desobediência dos trabalhadores da Trainose ganhou a simpatia de largos setores da classe trabalhadora. Ainda mais sindicatos e confederações sindicais deveriam aberta e ativamente apoiar estes trabalhadores
Ontem, 6 de Abril, uma greve geral contra a carestia e o aumento de preço parou serviços e empresas por toda a Grécia. À luta económica do conjunto dos trabalhadores gregos têm de somar-se as consignas “Solidariedade com os trabalhadores da Trainose”, “Não à NATO e à intervenção imperialista na Ucrânia” e “Não à participação grega nas aventuras do imperialismo”
O exemplo dos trabalhadores da Trainose tem de ser seguido por todos os trabalhadores dos caminhos-de-ferro, transporte rodoviário, portos e aeroportos na Grécia e por toda a Europa.
Não à colaboração com a máquina de guerra da NATO e o seu papel na guerra imperialista da Ucrânia!