Em abril deste ano, a Esquerda Marxista decidiu, em Conferência Nacional, romper com o PT, diante do acelerado e irreversível processo de liquidação do partido como um partido de classe.
A realidade é que jovens e trabalhadores, em especial sua vanguarda, romperam com o PT, diante das seguidas traições do partido, coroadas com o estelionato eleitoral e os ataques à classe, que só aumentam com o aprofundamento da crise econômica.
Não havia mais espaço para a construção das ideias do marxismo no interior desse partido.
Saímos do PT para continuar na construção da organização revolucionária necessária na luta pela tomada do poder.
Desde então, a Esquerda Marxista desenvolveu um rico debate interno, com ampla participação dos militantes, sobre os próximos passos da organização, o que se conclui em 12 e 13 de setembro, com a decisão de solicitarmos a integração da Esquerda Marxista no PSOL.
Resistência Internacional
A profunda crise internacional do capitalismo alimenta a crise política para todos os governos e partidos que se dedicam a salvar esse sistema moribundo. A instabilidade domina o mundo e a resistência dos povos se expressa de um canto a outro, na Grécia, na Espanha, na Grã-Bretanha e até nos Estados Unidos vemos os sinais da revolta contra esta sociedade baseada na exploração, na opressão, nas guerras e na miséria.
O proletariado de diferentes países busca se reorganizar sobre um novo eixo de independência de classe. Temos como exemplos mais evidentes o surgimento e crescimento do Podemos, na Espanha, e também a ascensão do Syriza, na Grécia.
Outra coisa é que a vitória do Syriza e sua capitulação frente ao mercado financeiro internacional mostra que o reformismo de esquerda, hoje em dia, encontra rapidamente o caminho da falência como um partido de esquerda e da classe trabalhadora quando vai ao governo. É nessa dura escola que a classe trabalhadora vai aprender.
Uma nova situação política foi aberta com as jornadas de junho de 2013. O que se aprofunda desde então é a desilusão com a ordem vigente e o ódio às instituições burguesas.
A luta de classes se intensifica, servidores públicos em greve por todo país, setores operários entram em cena na luta contra as demissões. Em 2014 e 2015, vimos o início do surgimento de greves de massa, algumas delas passando por cima das direções sindicais.
A resistência da classe trabalhadora e da juventude, contra os ataques de governos e patrões, segue forte e vai se intensificar.
Caminhando com o PSOL
Levando em conta toda a situação, consideramos que o PSOL pode ser o partido de esquerda a canalizar a crescente insatisfação popular. O que podemos constatar desde já, é que os setores da juventude, que despertaram para a luta a partir das jornadas de junho e que chegaram à compreensão de que é preciso uma bandeira e um partido para seguir adiante, têm, em grande parte, se dirigido ao PSOL.
O PSOL tem a oportunidade de aglutinar aqueles que estão determinados a prosseguir o combate contra toda exploração e opressão e aqueles que despertam para a luta de classes.
A Esquerda Marxista é parte desse combate e desejamos expor no partido nossas análises, posições e métodos, ajudando no melhor desenvolvimento do PSOL. Nós seguimos nossa luta, com base no programa marxista, em defesa da independência de classe e do socialismo internacional.
Próximo passo
A entrada de nossa corrente será decidida no Congresso do PSOL que ocorrerá nos dias 4, 5 e 6 de dezembro. Desde já todos os camaradas da Esquerda Marxista que serão candidatos em 2016 já estão filiados no PSOL por decisão de sua Executiva Nacional em acordo conosco. É um bom encaminhamento e temos convicção, pelo grande apoio recebido de militantes e tendências do partido, que esta integração será um ganho para a Esquerda Marxista e para o PSOL.
Esse passo é importante para a construção de uma saída pela esquerda, socialista, para enfrentar a profunda crise do capitalismo e os ataques à classe trabalhadora.
Na luta pela unidade da classe, que encontraremos uma saída para enterrar esse sistema apodrecido.